A arte portuguesa dos séculos XVII e XVIII, impulsionada, primeiro por D. Pedro II e, por fim, por D. João V, acompanha um novo estilo que se generalizava por toda a Europa: o Barroco.
Durante este período, assistiu-se a uma explosão artística estimulada pelas remessas de ouro provenientes do Brasil. As igrejas foram então enobrecidas com painéis de azulejos, pinturas, esculturas e retábulos de vertiginosas formas vestidos de ouro.
Viseu, ao acompanhar esta tendência, vai atrair artistas de diversos quadrantes para trabalharem na remodelação dos retábulos da catedral e na edificação de novos templos, como a Igreja do Carmo ou a Igreja da Ordem Terceira de S. Francisco. Em todos eles existe um denominador comum: a talha dourada. O ouro é simbólico, assinala a inteligência divina e a imortalidade; o brilho concede ao espaço uma aura celestial. Para a criação deste ambiente próprio, a escultura vai adquirir especial importância. À monumentalidade das figuras junta-se à expressividade das vestes e dos gestos, frequentemente teatralizada para estimular a piedade e a espiritualidade.