Este magnífico altar datado do século I da nossa era foi achado perto da Catedral de Viseu, no espaço do forum, provavelmente próximo do templo.
Aqui podemos ler que um homem chamado Albinus, filho de Chaereae, dedicou de livre vontade este altar aos deuses e deusas vissaiegenses, apelando, assim, de uma forma anónima e generalista a todos os deuses e deusas que, desde tempos imemoriais, protegem uma localidade chamada Vissaium.
Quando há 2000 anos Albinus assinalou o cumprimento da promessa em colocar um altar às divindades em resposta às suas preces, nunca poderia ter imaginado como esse ato foi importante para a história da cidade.
Esta peça mostra também como as populações locais, apesar de adotarem hábitos e estéticas romanas, procuraram manter muitas das suas tradições.
O altar é, assim, o exemplo perfeito da tolerância religiosa que os romanos praticaram com as populações locais, absorvendo no seu panteão algumas divindades indígenas e, simultaneamente, incorporando os seus deuses na vivência diária.
Descoberta em 2009, foi requerida pelo Município e exposta pela primeira vez, nos Paços do Concelho, em Dezembro de 2017.
Leitura e tradução
Deibabor / igo / Deibobor / Vissaieigo/ bor / Albinus / Chaereae / f(ilius) / u(otum) s(oluit) l(ibens) m(erito).
Às deusas e deuses viseeicos. Albino, filho de Quéreas, cumpriu o voto de bom grado e merecidamente.